segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Saudade

Quando falo de saudade
me refiro aquela imagem passada
que me leva em um sequestro
e tranca-me em um bau perdido
cheinho de memórias.
E por mais que eu grite
o presente não vai me resgatar.
(As vezes, eu até acho bom!)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Cheguei com a cabeça fervilhando
E cada onda que batia na pedra
Levava um pensamento embora.
Encontrei o mar
Flutuando...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Fim

O tempo necessário para esquecer
é o mesmo gasto para compreender
que não é a raiva
tampouco o amor
nem o vestígio de carinho
que me levaria a isso.
Este tempo é o entendimento
de que nossas diferenças
nos levaram a lugares tão distantes
que tornaria impossível um reencontro.
Aqui encontrei a paz.
Espero que ele também!
Fica lembrança, não saudade.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Em que os sonhos me atrapalham

Havia um tempo
em que vivia de possibilidades.
E, enquanto sonhava com elas
com as mil formas que pudessem acontecer,
elas vinham, aconteciam a sua maneira
e eu não as via.
Hoje, abandono as possibilidades.
Vivo sensações!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Obrigada, John!

Há muito tempo que não escrevo nada. E para ser sincera, até faltava vontade. Algo muito material e objetivo tomou conta do que deveria ser minha poesia. E quando me refiro a poesia me refiro a um sentimento ao qual dou este nome que julgo o mais apropriado. Há algum tempo nada me despertava esse sentimento. E hoje, algo muito especial deve ter acontecido para acordar do sono profundo no qual estava.
A arte nos desperta para uma realidade repleta de sentimentos. O que não percebemos no cotidiano é que todas as grandes e pequenas coisas do mundo possuem um sentido abstrato que permitiriam mudanças se percebessemos suas sutilezas. Materializamos sentimentos com datas, presentes e discussões infundadas. Não vemos senão resquícios do que realmente existe. O que realmente importa não nos toca. Estamos cegos de sentimentos. Não vemos fome, não vemos dor, não vemos nossa própria miséria. Não vemos o quão miseráveis somos de carinho. E não vemos quão ridículos somos em não expressá-los.
Passamos tempo demais procurando culpados. Esquecemos e anulamos nossa condição animal materializando nossa existência e rezumindo-a a objetos. Este vazio ainda me levaria ao colapso. E, quando encontro meus amigos literários, me acordam de subto para o que me preenche. São remédios a minha loucura. Na ausência de seus escritos, enlouqueceria.
Obrigada, John!

Inquietação

E o que fazer quando a mudança cai na monotonia?
Ando precisando de um pouco mais de calmaria. De ficar parada. De um abraço um tanto mais demorado, de um dia mais lento, de um livro que me agarre... Preciso urgentemente ficar parada!
E também preciso de inspiração. A cabeça, surtada que anda. Pensamento atropelando pensamento e quanto percebo não pensei em nada.
Vamos sair por aí, tomar um vinho, sentir o vento, dançar e dançar e dançar uma música imaginária. Fazer um samba das melhores lembranças. Sambar dias, toques, desilusões. Deixar fluir todos aqueles sentimentos há tanto escondidos. Dançar invisível para esconder minha timidez. O que eu preciso é ficar parada!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Sobre o que não vêem

Pequenas coisas as quais aprecio
da delicadeza de cada detalhe
Me satisfaço.
Com o vazio de todo este lugar
colho sutilezas e planto-as no caminho.

Um Desabafo (Im)Próprio

Com frequência venho sendo questionada sobre minha inteligência a despeito de minhas escolhas políticas. Ora, tenho minha opinião formada no decorrer dos acontecimentos e mudanças que tenho visto acontecer. E minhas escolhas tem ligação com todas as questões ideológicas que estão inseridas em mim.
Não pretendo pregar aqui a favor de uma visão política ou outra porque acredito que o leitor, assim como eu, deva ter suas próprias convicções.
Fazendo minhas escolhas não posso afirmar certamente que serão as melhores, posso dizer apenas que tenho as melhores esperanças com relação a elas.
Se nossos anseios são tão divergentes é fato que tenhamos tão distintas opiniões e que estas guiem nossas decisões. E acho isso muito bom. Vai ter sempre alguém pra questinar, o que permitirá sempre novas idéias e possíveis melhorias.
O que eu quero? Quero justiça social e igualdade de condições. Utopia? Quem sabe enquanto busquemos por interesses próprios de poder. Se apenas estes interesses são nossos guias, hipocrisia achar que nossos representante zelem pelo coletivo.

Viajante

Sou andarilha nestas diferenças. Nestas andanças, muito experimento. Cada sabor típico de cada sentimento. A mistura destes muitos temperos necessários aos devaneios.
Visto roupas de fotografias dessas muitas lembranças. Como são renovadas, tenho roupa nova todos os dias. Alimento-me de sonhos para seguir viajem.