quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quando me estranho

Não que eu esteja com ciúmes

É que, de repente, meu coração foi diminuindo

A medida que meus pulmões tomaram formato de agulhas.

É que, entre tantas outras coisas, eu não tenho esse direito.

Nos dei essa liberdade.

Sim, eu estou com saudades!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre o movimento, a água e as entrelinhas

Não é escrever poesia, é ver poesia, sentir poesia. O muito que perdemos nossa sensibilidade aos movimentos quase imperceptíveis das coisas, de todas as minucias presentes no mundo. A nossa busca nos impede de perceber quão vagarosamente vão compondo essas danças naturais ao nosso redor.

O movimento é algo realmente encantador. Repare com que complexa simplicidade cai vagarosamente cada gota de nosso copo d’ água. As pessoas não deveriam se entorpecer para reparar a singeleza de cada traço universal. É fascinante o deslize do ar levando as folhas e flores e poeira do caminho. Do mesmo modo é fabuloso a dança da água contornando as pedras, ao mesmo tempo em que avassaladora, quase a pedir licença para traçar seu caminho. (Vezes de fúria deve ser dias de confusão desse casamento tão duradouro – água e pedra!- todo casal tem seus desentendimentos).

Tenho prestado um pouco mais de atenção a toda beleza que meu cotidiano me impedia de ver. Incrível que, mesmo meu trabalho sendo a vida, fazia muito tempo que não a reparava, que não analisava sem todo aquele aparato técnico. Incrível como o conhecimento no mesmo instante em que nos abre para tantas coisas, nos cega para tantas outras. Ficamos céticos e técnicos demais e perdermos a magia existente ao redor.

Queria compartilhar a maneira como agora vejo (no sentido de ver mesmo – com olhos!- e não no sentido figurado) as coisas por aí. Fiquei a eternidade de vários minutos observando o bater das asas de um passarinho (aquela forma descompromissada de seus movimentos; e tão elegantes) . Este ócio mercecido foi de uma leveza tão feliz...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Teoria Romântica

Não precisa ser eterno. Precisa ser bom!
Estava pensando em uma definição para o romantismo. Uma definição que não envolvesse essa obrigatoriedade do longo, do contínuo. Essa necessidade de continuar gera expectativas e, na maioria das vezes, é ela a responsável pelo fim. É a expectativa que decepciona. Engraçado que temos uma mania estranha de tendar moldar as outras pessoas e situações sempre ao modo que nos convém. Esquecemos que também merecem a mesma liberdade que queremos a nós mesmos.
Ser romântico é ser intenso, é doar-se, não importanto se por uma noite, um dia ou uma vida inteira. E também não é necessariamente com alguém, mas algo. Pode-se ser romântico com a vida, permitindo-se suas delícias.
Ser intenso nas relações, nas atitudes... Se houver vontade de continuar, é essa que vai vindo sem a intenção, mas do carinho que é necessário ao novo e novamente. Se não houver, é porque o exctase do momento bastou-se por si só. Isso não vai fazê-lo pior. Se foi bom, basta!
Quando não estiver mais fazendo feliz, é hora de parar. E daí surgirá algo que completará de novo.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

O que não percebo

Descobri que a chance das coisas acontecerem são inversamente proporcionais ao quanto as desejo conscientemente. Ponto para o inconsciente!
(Talvez seja por isso que eu o encontro todos os dias.)
Negue e acontecerá!