domingo, 7 de novembro de 2010

Fosse o tempo
gente um dia
e mais suave correria
Quando o tédio abatece
aceleraria...

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Construção

Devaneio
Divago
Desfaço
Traço
Laço
Faço!

sábado, 16 de outubro de 2010

Efemerinfância

Está bem, está bem. Me apaixonei de novo. Agora me diga: qual criança não se apaixona? Como seriam os dias sem toda espera, sem toda beleza de quem se apaixona? Este platonismo é o que me mantem viva. Sou eu que respiro todas essas belezas. E, como cada amor dura uma semana, é o suficiente para sustentar a "boniteza" de todos os meus dias. E minha inconstância, a efemeridade, tem a ver com as borboletas que insistem em voar no meu estômago a cada novo amor. E como voam, vão embora. Mas antes que os dias fiquem vazios... Pronto! Já me apaixonei de novo!

Inacabado

Em algum lugar deste relicário de memórias encontra-se ela. Aquela menina feita de sonhos, feita de abraços. Sim, ali está ela em um abraço aconchegante, submersa no infinito que é doação. O seu cabelo de sol ou de fogo (tal qual seu nome. Seria sol?) esconde-se nos braços que envolve. Seu riso alimenta-se de toques, de afeto (fonte de sua energia. É preciso alimentá-la). Chega, assim, como quem vai encostando, como quem vai se doando. E deixa sempre um tanto de si. E de perder, recebe.
Pois bem, não sei exatamente onde ela se perdeu. Não sei exatamente por que ela se perdeu. Sei que nessa indiferença toda, as vezes, ela vem dar um sorriso (ou aquele abraço!) e lembrar da gentileza. Vem renovar a fé, que há muito havia perdido, no amor. Em cada novo afeto, ela surge, em uma de suas estripulias, deixando-me nua, completamente sem defesas, para as delícias do amor.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Antiquário

Suaves tons,
Suaves dias,
Suaves cores,
Suaves laços,
Suav(idade).

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

De Uma Forasteira

Gosto muito da mudança. Este cheiro novo, este novo encanto que mexe com todos os meus sentidos. Se mudo logo, só há tempo para boas lembranças, para saudade. Se permaneço, logo vão perdendo as cores. Daí a necessidade de mudar de novo. É algo assim refrescante!
A cabeça que não muda, o coração estagnado, até os móveis da casa ficam irritantemente chatos.
Que venham novas cores para colorir nossos dias. E eu possa pegar meu pincel, minha roupa mais velha e sair por aí pintando tudo quanto achar necessário. E, sem parar nunca, achar novos mundos, desbravar cabeças, inventar sentimentos.
Se quero sempre saber mais, um dia experimento calmaria, outro saudade, outro vontade... Me abraço sempre com intensidade a todas as sensações que experimento. Sendo intensa, vivo aquilo, logo esqueço e mudo novamente. Viajante. Ai ai... saudade!
Dessas muitas almas me visto
E, assim como muda o tempo,
de cada uma me infro
e me livro.
E, assim, nova, sou mais eu.
Sou completa.
Até que este texto acabe
e nova alma se faça em mim.
Animal acuado
com medo
sem espaço.
Já não sou eu.
Devo estar perdida por aí
em algum canto.
Minha alma não quer ficar aqui.
Quer liberdade!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Faz um certo tempo que não posto nada aqui. Só me justificando, se é que existe justificativa, estou sem computador e também sem um canto pra escrever.
Sem um canto Tainá não tem nada que desperte de meu. Assim, impossível compartilhar.
Mas assim que essa minha bagunça (interna e externa) estiver no lugar, volto a dar as caras por aqui.
Muito obrigada pela compreensão!^^

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sabia ele do seu desajeito para a música. Sabia ele do seu descompasso ao ritmo da dança. Sabia do seu desastroso jeito de movimentar-se. Mas a sintonia às idéias dela faria qualquer melodia subordinar-se aos seus passos. E no toque dos corpos deles estaria contida toda abstração. O tempo se renderia ao toque de suas mãos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Se são flores seus dias, os perfumes estranhos de sentimentos tão contraditórios que o vento vem trazer-lhe. São flores o colorido que vem pintar sorrisos em dias suaves. Se venho acordar sob a leve sensação de aconchego. Se me deito na suavidade das flores. Se me curvo a sintonia das cores. Se abraço o vento e danço com ele sob a chuva. Se posso sentir o céu e posso viver a noite. Se esta é clara. Se brinco entre estrelas. Se minha mística mistura-se a delas. Se, então, sou amor, se vejo amor, se danço amor...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Enquanto meus olhos forem arte
estarei nua e curva
a fantasia que há nas palavras.
Me renderei sem contestar
aos súbitos momentos nos quais elas proliferam.
E dançarei com elas
todas as melodias de
todas as sensações
de toda a magia contida nas frases.
E meu corpo render-se-á
a ilusão dos movimentos
de passos
e espaços
e abraços
pintados em uma partitura
do que um dia foi música
na mente ilusória de uma palhaço.

sábado, 10 de julho de 2010

A hipocrisia continha
A humanidade desgasta
A mentira revela-se
O tempo... o tempo...
A perfeição contida
na ausência de qualquer pensamento
A inteligência do não saber
A verdade a saber
No tempo... o tempo...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Menino

Estava ele ali. Como esteve todas as manhãs desde que os descobrira.
E eu ansiava por vê-lo. Ansiava por aqueles olhos de dúvida, por aquela desconfiança presente em cada traço de seu rosto. Queria, sobretudo, o curtíssimo segundo de sua presença.
Aquela criança era o que trazia música para dias tão estranhos. Era aquela criança a sua própria infância que os dias roubaram tão inescrupulosamente de seus sonhos. Era o menino que compartilhava com ela o desejo de descobri-la, de descobrir-se...
E na simplicidade dos gestos dele, na subordinação contida nos seus sons, ausentava-se do seu mundo. Perdia-se na dúvida dele!

terça-feira, 29 de junho de 2010

Há tempos busco palavras para decrevê-los. E tanto que tento, tanto que busco, tanto que falo... Saem vazias por não suportarem o peso do carinho que levo. Descubro, então: ainda não inventaram palavras para o que sinto. E na ausência delas, aqui deixo meu abraço, AMIGOS!

domingo, 27 de junho de 2010

Passar o tempo
As vozes, a pena...
Esvaziar-se
Livrar-se
Leve, muito leve...
Passar a dor
Ausência, medo
Vai-se terror, temor
Leve, muito leve
A verdade já não aprisiona
A mentira já não assusta
O sentimento o que liberta
Leve, muito leve...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A luz que há em ti e sigo, faz festa em mim. Menino, tua música faz passos nos meus ouvidos. E eu que sou notas, te sinto! E sigo!
E teu sussurro que faz vento aqui dentro, leva-me contigo. E vou! Leve, leve...
Dança comigo?

segunda-feira, 21 de junho de 2010

No cotidiano, passando por essas ladeiras, a poesia faz ausência nos seus dias. E hoje, esse sol, parece não combinar com a frieza do seu dia. Repara rostos. Estão envoltos cada um no seu eu, no seu íntimo. Estão distantes do muro de pedras que construiu para proteger-se. Do quê? Não sabe! Mas as agulhas desses dias frios...
O céu esqueceu-se de fechar-se com ela. Uma afronta essas nuvens não aparecerem para cobrir o seu dia. O sol? Petulante! Não respeita o decreto de que hoje não é um dia feliz. Não respeitaram que não queria estar nas colinas. Não! Não é aconchegante! Queria o afago das montanhas. Queria estar entre elas.
Vai ela descompassada a este ritmo acelerado de quem está sempre buscando. Não combina com sua calmaria. Tampouco com a tristeza desses dias tão frios... Aflita por não saber exatamente o caminho e pela dúvida de onde ir. O tempo (esse hiperativo desforado!) recusa-se a esperar decisão.
O concreto do mundo é avesso a sua mente surreal.
Onde estaria ela mesmo?

domingo, 20 de junho de 2010

Conflito

A criança que há em mim às vezes desperta
faz bagunça, roda, volta, se joga...
E se cansa da mulher que sou
a mulher que é
E se zanga!
(Se a mulher soubesse a beleza que há na menina!
Se a menina curasse a dor da mulher!)
E depois que tudo muda, adormece...
Deixando os cacos, o pó, a roupa bagunçada.
E eu que sou mulher, que sou menina,
que não sei,
Colo os cacos,
Mas - estranho!-
noto um fundo de riso no meu silêncio...

sábado, 19 de junho de 2010

Não sei quem inventou essa idéia de dar nome às coisas. Simplesmente não consigo! Não concebo essa limitação do que é definido. Não sei restringir! O objetivo definitivamente não pertence ao meu mundo. Meu mundo não está sujeito a definições!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fiquei com medo de que teus olhos pudessem roubar meu momento. E quase me esqueci que estava presa no labirinto que há em ti. Enquanto estava em dança e encanto, perdida (por querer e gostar de querer!) nem percebia que aquele moleque que controla o tempo resolveu fazer piada comigo. Os anos passaram-se como segundos. O tempo que passei em você, menino!
Agora livre, sonho contigo. E entendo: o que retinha não era o labirinto. Tampouco a saudade. Era lembrança. É aquela flor que cresceu junto com a menina e agora faz parte dela. É o cheiro da flor que a remete aos seus dias mais suaves. Então compreendo: a brisa que me leva não permite parada. Só passagem. Para depois me trazer a manhã e lembrar os sentidos que é hora de seguir. Recordações são os campos de flores que atravesso na caminho e sussurram: é tempo de continuar!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A menina ruiva
que era sonhos
que era festa
que era dança
que é momento
que é lembrança...

O vestido
A escada
Os brinquedos
O sol
A tarde
a lembrança...

O tempo
O passo
O abraço
O vento
Traz lembrança
Aaaah! Lembrança...

terça-feira, 15 de junho de 2010

E na ânsia de viver
ela atropelou o mundo
foi a lua, deu volta ao sol
e esqueceu-se do seu infinito.
Que pena! Nada seria tão belo...
Porque no balé que há em mim cabem todas as sinfonias...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

E pensou sobre o quadro negro
se seriam negros os seus segredos
assim como os pensamentos da menina...
Percebeu então que as borboletas eram parte dela: uma porção ínfima da liberdade que o mundo lhe roubou dos sonhos...
A poesia adormecida desperta quando a simplicidade toca-me. E daquele longo sonho acordo. A sensibilidade presente quando o real faz-se ausência. O abstrato é tão concreto que quase chego a tocá-lo. A fantasia é o mundo no qual vivo absorta!