segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Obrigada, John!

Há muito tempo que não escrevo nada. E para ser sincera, até faltava vontade. Algo muito material e objetivo tomou conta do que deveria ser minha poesia. E quando me refiro a poesia me refiro a um sentimento ao qual dou este nome que julgo o mais apropriado. Há algum tempo nada me despertava esse sentimento. E hoje, algo muito especial deve ter acontecido para acordar do sono profundo no qual estava.
A arte nos desperta para uma realidade repleta de sentimentos. O que não percebemos no cotidiano é que todas as grandes e pequenas coisas do mundo possuem um sentido abstrato que permitiriam mudanças se percebessemos suas sutilezas. Materializamos sentimentos com datas, presentes e discussões infundadas. Não vemos senão resquícios do que realmente existe. O que realmente importa não nos toca. Estamos cegos de sentimentos. Não vemos fome, não vemos dor, não vemos nossa própria miséria. Não vemos o quão miseráveis somos de carinho. E não vemos quão ridículos somos em não expressá-los.
Passamos tempo demais procurando culpados. Esquecemos e anulamos nossa condição animal materializando nossa existência e rezumindo-a a objetos. Este vazio ainda me levaria ao colapso. E, quando encontro meus amigos literários, me acordam de subto para o que me preenche. São remédios a minha loucura. Na ausência de seus escritos, enlouqueceria.
Obrigada, John!

2 comentários:

  1. AHHHHHHH!!!

    Gente, que lindo! Sério que fiquei todo emocionado aqui!

    Tu expressou muita coisa nova aí, gostei muito! Não se deixe levar pela facilidade que é uma vida objetiva, com sonhos definidos e imutáveis, repleta dos vícios que a matéria trás.

    É bom uma vida assim, porque ela é fácil. Mas é como você disse: ela é vazia. O certo, na minha opinião, é viver livre e experimentar as possibilidades, sem se esquecer nunca que mais importante que a marca da roupa que usamos, é a nossa personalidade que veste a roupa.

    A roupa foi só um mero exemplo. Fato é que a matéria tá aí pra ser aproveitada, mas não da forma superficial que geralmente fazemos.

    Um sorvete é muito mais gostoso quando paramos momentaneamente para sentir o seu gosto mais profundo, nas diferentes áreas da língua. Assim como ele se torna divino quando misturamos à sensação do paladar aquele calor de um sol das 17 horas batendo no nosso corpo.

    Não nos esquecemos nunca que há verdades que ninguém quer ver. Muitas delas, nós mesmos não vemos agora!

    Nosso dever, como pensadores e poetas, é perseguir essas verdades, ver além do véu do comodismo e das velhas "verdades" herdadas!

    É sempre bom saber que temos companhia!

    Obrigado pela sua! :)

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